Na Gold Coast há uma loja de pranchas em segunda mão quase em cada esquina, o que pode ser uma grande tortura quando o dinheiro não abunda, o que para mim é quase sempre pois a bolsa de doutoramento não estica assim muito... Por vezes não me consigo conter e caio na tentação de entrar só para dar uma vista de olhos e arrependo-me quase sempre pois é rara a vez que não me apaixone por uma dama de poliuretano ou de epoxy e fique maluco para levá-la para casa...
Sempre fui um fã de pranchas em segunda mão, mas não estou a falar de barrotes velhos e escavacados mas sim de pranchas usadas mas com poucas surfadas e sem grandes estragos, e, por íncrivel que pareça, em mais de 15 anos de surf só tive, que me lembre, 3 pranchas completamente novas. Isto porque sempre que mandei fazer pranchas os shapers nunca acertaram e depois porque normalmante as pranchas sofrem a mesma desvalorização que os carros italianos, ou seja, muitas vezes quase 50%, mesmo que só tenham sido usadas em meia-dúzia de surfadas. Assim comprando em segunda mão tenho logo uma ideia aproximada se vou gostar do shape e ainda pago muito menos, ainda por cima aqui na Austrália a maior parte das lojas de pranchas em segunda mão têm montes de pranchas e deixam-te experimentar a tábua antes de comprar e desde que não se faça muito estrago pode-se sempre devolvê-la sem problemas e trocá-la por outra. Outra cena fixe, para quem gosta de disso, é que pela Gold Coast, especialmente Coolangatta, ser o sítio do Mundo com maior concentração de prozada e fábricas de pranchas por km quadrado, é bastante frequente encontrar tábuas quase novas usadas pelos Fannings, Parkinsons, Kerrs, Occys, Rastas, etc. Realmente o surf é mesmo um "desporto" fora do comum, em quantos desportos qualquer comum mortal pode aceder assim tão facilmente aos "instrumentos de trabalho" dos seus ídolos e de campeões mundiais? Muito poucos, se é que algum...
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